"A Verdade vos libertará"
Simeão abençoou-os
e disse a Maria, sua Mãe:
«Este Menino foi estabelecido
para que muitos caiam ou se levantem em Israel
e para ser sinal de contradição;
– e uma espada trespassará a tua alma –
assim se revelarão os pensamentos de todos os corações». (Lc 2, 34-35)
Num mundo transtornado por tantas razões, as sérias e também as fúteis, vale a pena saber que há gente com coração largo. Quando pouco ou nada vemos à nossa volta, vale a pena saber que há mulheres e homens que enxergam a esperança, mesmo de olhos fechados. Quando não se calam as vozes que anunciam mais amarras, vale a pena saber que há pessoas que dão uso ao ouvido do coração, abrindo um porto seguro.
A vida consagrada é hoje um esteio de humanidade. Para todos, mesmo os nãos crentes. Para a Igreja continua a ser, como sempre foi, aquele tesouro frágil que tanto mais a enriquece, quanto não lhe pertence a iniciativa do dom, sempre da Graça. Para uma sociedade cada vez mais secularizada, entre o incompreensível e o admirável, ela avulta como sinal de radicalidade, profundamente questionador das entregas e dos sonhos. Para uns e outros, percebendo-o ou não, a vida consagrada torna visível um amor encarnado, um amor louco de entrega, um amor chamado à glória pelo caminho da cruz.
As religiosas e os religiosos que conhecemos, que não conhecemos, de quem ouvimos falar, ou que nos passam pela existência com a discrição de quem se apaga para servir, dão do ser cristão no mundo de hoje um testemunho único. E como seria diferente o mundo que conhecemos sem eles. Mais pobre, sem dúvida, talvez mesmo mais brutal ainda, de qualquer modo menos atraente. O amor destas mulheres e destes homens, tantas vezes provado, há-de sempre fazer lembrar, aos mais despertos e também aos outros, que a vida entretecida na gratuidade e no dom é por Deus abençoada com fecundas realizações.
Que a Igreja estime com particular afecto aquelas e aqueles que lhe mostram o amor de Jesus com os traços da autêntica caridade fraterna, não parece de estranhar. Que também cada um de nós o faça com genuína alegria
de coração é caminho a fazer todos os dias.
In: Agência Ecclesia
É o título dum texto que aconselho a ler e meditar, com um testemunho sobre a morte dum jovem.
No dia do nosso baptismo recebemos uma mensagem…como no filme missão impossível que terminava a dizer :"esta é a tua missão se a aceitares"…hoje é importante perguntar…depois de tantos anos, será que aceitei a missão???
Ah...pois...se calhar não me lembro desse dia...se calhar nem sei que dia foi...se calhar não me quero lembrar...há coisas mais importantes...
Já agora...em que dia fui baptizado?
“É mais importante a capela onde fui baptizado que a Catedral onde fui coroado”. (São Luís de França)
In: COISAS
As declarações do Cardeal Patriarca de Lisboa, acerca das dificuldades no casamento inter-religioso, geraram muita polémica. Mas não é disso que quero falar.
Ouvia esta tarde, na Rádio, o testemunho dum muçulmano casado com uma cristã-católica em que ele contava o dia-a-dia em família. Chamou-me a atenção, ao ouvir falar na partilha de tarefas entre os dois, ele referir-se aos seus momentos de oração e nada falar da oração dela. Ficou-me a impressão que ela não reza.
Fiquei a pensar na realidade de muitos cristãos que não têm hábitos de oração pessoal, nem mesmo comunitária, embora tantas vezes apregoem a sua fé "à boca cheia".
Ouço muitas vezes a expressão "cristão não praticante" e fico a pensar como seria um Padre "não praticante", um Sacristão "não praticante", um médico "não praticante", um trolha "não praticante", um motorista "não praticante", um carpinteiro "não praticante", uma dona de casa "não praticante", um cantoneiro "não praticante", etc.
Acho que temos muito a aprender com os muçulmanos, e com muitos bons cristãos, em matéria de oração.
Mateus 23, 10-12
Telefonou-me hoje. Feliz. Dos seus cinco filhos, um não lhe falava há sete anos! Nem uma telefonema, nem uma carta, nem uma visita...
Quando vinha à terra- e fazia-o frequentemente - nem aos filhos autorizava que visitassem a avó. Hospedava-se em casa dos sogros, até visitava os irmãos, mas a mãe... Nem vê-la.
Há sete anos, fizera rodeios à mãe para que lhe cedesse um terreno para construir uma casa. Que tal e que coisa, que ele era o que estava mais longe, que era o mais velho, que tinha ajudado a criar os irmãos, que a mãe, ao dar-lhe o terreno pretendido, não fazia mais do que a sua obrigação. Mas era uma mulher justa. Nunca se permitiria prejudicar um filho em favor de outro, por mais que aquele coração gostasse de contentar o primogénito. E lá disse o não que mais lhe custou na vida.
Começou aí o seu calvário maternal. Que se agudizava quando, nas grandes festas do ano, todos se reuniam à sua volta, felizes e contentes. Mas ninguém ocupava no seu coração o lugar do filho fugitivo. Então as lágrimas, que lhe regavam o rosto, eram o seu meio de comunicar a dor sentida.
Quantas vezes, ao saber da estada por cá do filho, procurou aproximar-se dele!
- Então meu filho!...
- Não me chateie! Meta-se na sua vida!
Neste Natal não foi diferente. Mal soube que estava por cá com a esposa e os filhos, rondou, procurou aproximar-se, mesmo sentindo que a evasão do filho era notória e agressiva.
No dia de Natal, ela surgiu-lhe de repente em local onde ele não pôde fugir.
- Então meu filho!
Ainda procurou desviar a cara. Mas de repente, soltou um tímida "atão". Não precisou de mais nada, correu, abraçou o filho, feliz, mesmo sentindo um monte de gelo nos braços. Depois, aquele coração empedernido, como que aquecido pela enorme ternura maternal, lá emanou uma seca ordem aos filhos:
- Cumprimentem a vossa avó.
Delírio. Então pegar no netinho mais novo que nunca havia tido ao colo, deixou-a noutra galáxia.
À noite, jantaram todos em casa de um dos irmãos e ele marcou presença. Não falou quase nada para a mãe, mas pelo menos não a varava com o olhar nem lhe fugiu.
Hoje regressou a Lisboa, não sei antes regressar à casa de onde fugira há sete anos. Para se despedir da mãe.
- Foi um calvário de sete anos. Mas nunca perdi a esperança de reencontrar o meu filho. Deus seja louvado! Este foi o Natal mais feliz da minha vida.
In: Asas da Montanha
Um professor de religião estava a ensinar a um grupo de crianças sobre a oração e usou um telefone para ilustrar sua lição. "Vocês conversam com outras pessoas pelo telefone mas não podem vê-las do outro lado, não é verdade?" disse ele. As crianças balançaram suas cabeças como que concordando com o que dizia.
"Bem," prosseguiu o professor, "falar com Deus é como falar ao telefone. Ele está do outro lado mas nós não podemos vê-Lo. Ele escuta tudo que Lhe dizemos.
" Um dos meninos levantou sua mão e perguntou: "Qual o número dele?"
Não é necessário ter um número de telefone de Deus. Apenas precisamos conhecer Jesus. Ele caminha ao nosso lado todo o tempo. Podemos conversar com Ele a qualquer hora. Ele deseja que o busquemos sempre. Ele sempre nos escuta. Ele sempre nos entende.
Como é bom saber que temos um Amigo que nunca está ocupado para nos ouvir. Ele é companheiro, amável, atencioso, e tem grande prazer em nos atender. Suas mãos estão sempre prontas para acariciar nossas cabeças quando sentimos aflição. Sua Palavra é bênção para nossas vidas e serve de lâmpada para nos mostrar o melhor caminho a seguir quando nos vemos rodeados de escuridão. Seu amor é suficiente para perdoar nossos pecados e nos reconduzir ao caminho que conduz à vida abundante e eterna.
In: CARÍSSIMOS
Arquidiocese de Braga
Departamento Arquidiocesano de Catequese
Secretariado Arquidiocesano de Pastoral Litúrgica
Igreja
Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura
Arciprestado de Vieira do Minho